sábado, 4 de julho de 2009

Michael Jackson

Achei esse post do Marco Mion muito bacana.

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Um dia estranho...
por Marcos Mion // 27/06/2009 - 00:47

Ontem e hoje foram dias estranhos.

Pela primeira vez senti fortemente a perda de uma pessoa que não fazia parte do meu ciclo próximo de relacionamento. Estou ha dois dias com uma sensação de perda doída...e isto pq vi esta pessoa na minha frente apenas três vezes na vida. E ela, com certeza, não me viu.

Não tive vontade de trabalhar, inclusive não obedeci ao pedido da emissora que trabalho, que se confunde com sua historia, de falar somente sobre ele. Não fiz por nenhum motivo além de não conseguir! Fui pego de surpresa, poucas horas antes de entrar ao vivo e, tendo de lidar com minhas emoções, entrar no ar e falar dele era mais do que agüentaria e não queria ficar chorando na TV. A única vez que fiz isto foi no último Descontrole e a sensação de exposição é horrível.

Chorei. E me senti estranho por isso. Por uma pessoa tão distante fisicamente? Como assim?!!

Mas será que ele era tão distante mesmo? Pra mim, tranquilamente, não. Ele fez parte de quase todos os dias da minha vida. Nunca passei mais do que, sei lá, 5 dias sem colocar um cd dele pra tocar ou uma música no Ipod na minha vida. E todas suas músicas me trazem memórias de algum período da minha vida.

Pela primeira vez tive um insight do que é ser fã. Sério! Nós que trabalhamos com arte, seja ela em qualquer forma, estamos acostumados a estar na outra ponta da corda e muitas vezes não entendemos o que move todas aquelas pessoas. Eu, pelo menos, sempre tive problemas para receber aplausos e entender o que faz todas aquelas adolescentes me tratarem do jeito que me tratam, afinal eu só estou fazendo meu trabalho!! Mas estes dias vi que é uma identificação que vai além da vontade do artista. É algo intrínseco, como se o que aquela pessoa fizesse, cantasse ou escrevesse fosse exatamente o que eu queria fazer ou ser. É admiração pura. E muitas vezes está em lugares que o próprio artista não imaginava que iria atingir as pessoas. É algo mágico e bonito.

Fora a qualidade musical indiscutível, todo o mistério que o acompanhava era fundamental para ocupar o lugar que o mundo lhe reservou: o maior artista que já pisou na terra.

É um posto legítimo e merecido. Muita gente pode torcer o nariz pra isto, mas que outro artista, ao falecer, sem lançar disco com inéditas ha 15 anos, causaria uma comoção mundial em pessoas de todas idades e classes sociais? Dominaria toda a programação de televisão mundial? Dominaria a internet e os sites de relacionamento? Derrubaria o Google? Ocuparia em poucas horas os 15 postos de discos mais vendidos do site Amazon? Quem?

Paul McCartney? Não.

Bono? Não.

Madonna? Talvez. Mas não do jeito que está sendo com ele.

Discordo, por exemplo, que seria mundial, pq o mundial do Michael Jackson não é EUA e Europa, estamos falando de todos os países do mundo! TODOS! Nos 5 continentes! E ela não tem o mesmo star power que ele. Ele foi obrigado a viver numa reclusão, lidando com e exorcisando seus demônios, cada vez mais refém da sua grandiosidade. E isto alavanca a devoção, interesse e consumo das pessoas em relação a ele.

A Madonna, por exemplo, não chegou ao Brasil e encontrou uma multidão a seguindo por todos os lugares que ia. Ele sempre esteve muitos passos a frente de qq outro artista. Sempre.

É insuportável ter que aturar pessoas tão gabaritadas no assunto como Datena, Nelson Rubens e Sonia Abrão entre outros nos presentearem com suas opiniões ta embasadas. Me poupem! Ver o Datena dizer que ele é um péssimo exemplo pra sociedade mostra o quanto ele não conhece o assunto que estava cobrindo. Por acaso ele não sabe que foi ele que criou e escreveu a música do projeto We Are The World? Ele não sabe que o cara já destinou, comprovadamente, mais de 300 milhões de dólares para caridade? Vou até escrever o numero pra dar uma idéia melhor: US$ 300.000.000.00 (!!!!). Se deixar levar pela opinião pública é algo que nunca vi acontecer com o Datena antes e isto mostra a pré-disposição das pessoas a rejeitarem o cara pela sua aparência. E será que ninguém consegue avaliar por um momento o que causou aquilo?! O sofrimento que deve estar por trás desta transformação tão absurda.

Ver Beat It servir de fundo musical para Sonia Abrão fazer merchandising de produtos toscos no A Tarde é Sua é algo como ver uma tela de Picasso usada pra forrar gaiola de passarinho. Me revolta. Nada contra a apresentadora, não precisa me processar! Mas é o que a situação pareceu.

E alguém, por favor, avisa o Nelson Rubens que não é Mainncon o nome dele!! Ave.

Não sei como acabar este post...

Dias estranhos.....parte 2.
por Marcos Mion // 29/06/2009 - 03:01

Eu sei que muita gente já gostaria que eu mudasse de assunto, mas sinto que ainda tem muito a ser falado, ou melhor, neste caso, escrito.

Principalmente depois de todas os comentários e emails positivos que recebi sobre o primeiro post, de fãs a colegas. Acho que nesta cobertura teve muita gente relatando fatos, muita gente gerando imagens de arquivo e muita, muita, muita gente falando mal.

O que faltou? Alguém com coragem pra encarar uma exposição pública falando bem. E disto eu faço questão!

Falo novamente: me revolta quando vejo alguém simplesmente falando mal dele. Sem motivos aparentes, além da sua triste aparência final. É uma visão sem a menor compaixão pelo ser humano que vivia por trás daqueles olhos tristes e assustados. Um ser humano genial, impressionante e...perturbado.

Ainda arrisco dizer que sua magia, seu brilho, sua estrela eram tão magníficos que mesmo com aquela aparência frágil e feia que causava medo, repulsa e aflição em muitos, era inegável que ninguém conseguia tirar os olhos dele quando estava no palco! O frágil se tornava gigantesco, o feio se tornava deslumbrante, o medo se tornava sexy, a repulsa se tornava atração e a aflição, nada além de admiração. E como é possível explicar algo assim? Não é. É um dom divino. Um tônus, uma força interior tão forte que tinha a capacidade de fazer até seus críticos e inimigos pararem e olharem atônitos aos seus passos de dança. Em outras palavras mais simples, mesmo quem não gosta – paga pau!

Pare por um momento para pensar no quão assustador é alguém de cor negra se tornar branco. De verdade. Se vc é da cor branca, imagina seu namorado, seu melhor amigo, seu pai, enfim, alguém bem próximo a vc, começar uma metamorfose que, até o Natal, vc teria o Akon sentado na sua mesa!! Não é assustador? E a relação é por ai mesmo, pq não é que ele ficou branco...ele ficou mais branco que muita gente!! Ele ficou tipo a Fani, minha produtora do Descarga que é muito branca!! Imagina se vc é de cor negra e até o Natal seu pai virou um sósia do Nando Reis!! Mesmo!! Ou ainda imagina que vc é de famíla totalmente ruiva e um membro se transforma no Jackie Chan!! Isto não causaria uma comoção na sua casa? Vc acha que a pessoa que se transformou não ficaria extremamente perturbada? Não acabaria com a vida dela? Então eu queria entender o que passa na cabeça das pessoas que acham que ele era uma aberração e pronto, feliz. Ficam apontando o dedo, xingando, achando que ele fazia tudo aquilo pq queria. Alguém consegue imaginar o sofrimento desta pessoa? Alguém realmente acha que ele se olhava no espelho e se sentia feliz?

Como é fácil apontar o dedo, tacar pedras e crucificar alguém, não é? É fácil, mas me revolta! Sabe pq? Pq quem tem a moral, a experiência ou o conhecimento de causa pra emitir uma opinião? QUEM?!! Ninguem.

Vamos pegar o Ronaldo, por exemplo. Acredito que todo mundo possa emitir opiniões sobre como tem jogado, sobre seu posicionamento em campo, do jeito que chutou, que cobrou a falta, se agüentou correr os 45 minutos...enfim, coisas práticas do seu trabalho. Digo isto pq, pelo menos 99% destes “críticos” já jogaram bola e tem conhecimento de causa, sabem do que estão falando. Ágora quantos destes “críticos” podem falar sobre seus atos fora de campo? Sobre o jeito que casa, descasa, se relaciona e com quem se relaciona...QUANTOS? Nenhum! Sabe pq? Pq quantos destes já vestiram aquela pele?! Quantos sabem o que é a pressão de levar o nome Ronaldo pra todos os lugares que vai? QUANTOS???

Por acaso quem sabe o que é sair do gueto, pobre que nem uma porra e ter que se encaixar nas mais altas rodas do mundo? E ainda superar as expectativas destas pessoas? – “Ah! Isto é fácil! Só champanhe e caviar!”. Será? Sabe o que é ter que perder sua essência? Não se reconhecer mais no espelho? Ter que mudar seu gosto de mulher, senão não será bem aceito, mudar o gosto alimentar, pra não sofrer preconceito, deixar de ouvir suas músicas, usar suas roupas e ter sempre, sempre o olho público em cima de vc.

Alguém sabe o quão desesperador é correr na esteira, se acabar de correr, suando, suspirando, mal conseguindo falar, com cara de dor, buscando o fôlego no fundo do pulmão e brotar do nada, de dois em dois minutos, uma pessoa com um celular na sua cara pedindo pra mandar bj pra prima que ta do outro lado do Brasil? Ou chegando e falando – “E ai Ronaldo? Fala algtuma coisa aqui no meu celular”, como assim??? E ainda uma fotinho antes de sair..naquele estado! Vc já correu muito na esteira? A ponto de suar que nem um porco e sentir falta de ar? Agora imagina fazer e ainda ter que sorrir pra foto! Isto ninguém me contou, eu vi. Na Formula, onde eu treino.

Ninguém sabe ao certo o que esta exposição e poder causa numa pessoa, mas dá pra saber que os danos são muito fortes. Não é fácil virar um ídolo internacional, é quase uma sina. Olha o Adriano! Rejeitando o titulo de Imperador, dado pelos Italianos, se refugiando na favela, onde ele voltou a encontrar sua verdade. A grande maioria da população mundial não está preparada pra ser alçada a um estatus de clamor internacional. É muito peso, muita responsabilidade e, principalmente, muita privação, além de ter que se acostumar a ser muito sozinho e não confiar em mais ninguém. Muitas vezes abandonar até a família que se torna uma grande caçadora de recompensa.

De um tempo pra cá desenvolvi uma amizade muito bacana e muito sincera com um cara que sofre demais com esta super exposição, o Gianechini. Então pude ver mais de perto o que é esta posição. É muito cruel vc ficar numa posição onde quase todos os homens que cruzam seu caminho possuem uma vontade e um prazer mórbido de te difamar! De te por pra baixo. E só pq o cara é muito bonito, faz todas as mulheres torcerem o pescoço pra lhe verem passar e isto causa uma inveja absurda nos homens! É impressionante o prazer que a maioria dos homens tem em, por exemplo, dizer que ele é viado! Impressionante! É como se a vida deles se tornasse mais fácil se o Gianechini fosse viado, sabe? Vcs vão entender onde que quero chegar.

Este tipo de reação das pessoas próximas causa o que? Uma reclusão, um afastamento voluntário, pq vc deixa de confiar, de se divertir e de querer estar junto às pessoas. O que não é o caso do Giane que tem um poder incrível e admirável de ligar o foda-se e viver sua vida. Mas nem sempre as pessoas são tão bem resolvidas, certo?

Sabe o que ouvi do Giane uma vez sobre assédio? – “Olha, meu filho, vou te dizer uma coisa...eu não gostaria de ser o Ronaldo!”. Ou seja, sempre pode ser pior!!! Até pro Ronaldo pode ser pior...alias, só tem uma pessoa pra quem não poderia ser pior : Michael Jackson.

Imagina os problemas do Gianechinni e do Ronaldo potencializados a esfera máxima!! O pior assédio do mundo! Sem polemizar Beatles style, mas é como se Cristo estivesse andando na terra!! Não tem uma, uma pessoa, de qualquer classe social, de qualquer país, que não saiba quem é Michael Jackson. Que triste sina. Que peso desumano para alguém carregar.

E tem um agravante: no caso dele, as pessoas que o punham pra baixo, eram sua própria família!! Michael Jackson sofria com uma poderosa acne na juventude e era zuado todos os dias pelo seu narigão da batata. Olha que complexidade...enquanto a mídia, a imprensa mundial o alçava a uma categoria de “o melhor do mundo”, titulo que cria dependências em relação a ser o mais perfeito, o mais bonito, o mais criativo e impressionante, seus irmãos o faziam ter tanto trauma em relação aos seus “defeitos físicos” que chegava ao ponto dele não conseguir se relacionar com nenhuma mulher!! Tinha medo de decepcionar! Ele virou uma espécie de Narciso, ficou refém de sua imagem. Mas de uma forma não admirável, mas sim doentia e decepcionante. Se cobrando, se punindo, nunca se sentindo bem em relação a si mesmo.

Sabendo destes dados, do seu nariz de batata que era alvo diário e constante de sarro vindo dos seus irmãos (lembra do que disse sobre o Giane? O que não confiar em ninguém que esteja ao seu redor causa? Afastamento, reclusão. Agora imagina o estrago quando isto é feito pelos seus próprios irmãos e parceiros que deveriam colocá-lo pra cima?!!) não fica tão difícil de entender o pq dos seus principais alvos de auto punição serem sua pele e seu nariz, fica?! Estes dados eu já li em duas biografias.

O sucesso e a insatisfação com a própria aparência podem gerar formas muito obscuras de auto punição, já vi gente se flagelar por muito menos.

Na entrevista que deu ao Martin Bashir, tudo que o entrevistador queria era confirmar que o entrevistado era doente e abusava de crianças, mas todas respostas que ele deu possuíam uma sabedoria incrível em relação a compaixão e amor, uma aula para o mundo, digna de quem escreveu Heal the World, Man in the Mirror, entre outras...incrível.

Aliás todas as pessoas com quem ele se relacionou dizem que ele tinha um amor, uma bondade interior fora deste mundo. Como se fosse uma criança mesmo, uma criança que ressuscitou quando permitido. A única pessoa que falou ao contrário foi o pai de uma criança que hoje está 25 milhões de dólares mais rico. O que é, no mínimo estranho, afinal a integridade sexual e moral de um filho, pro resto de sua vida, tem valor??!! Que porra é esta??!! Se algo assim acontece, no meu ponto de vista, não tem acordo nenhum!! É não desistir nunca até colocar o filho da puta pra morrer na cadeia. Mas tb, pode ser só eu. Vai ver alguns pais usam os filhos para estes fins mesmo, afinal, o menino estava lá com consentimento dos pais e não era, nem de longe, a primeira vez que ele ia. Muito estranho, no mínimo.

Ele foi uma criança forçada a ser adulta que, quando conseguiu sua independência, foi buscar tudo que tinha ficado pra trás, toda vida que havia perdido, desde os 5, 6 anos de idade. Só depois de adulto ele pode entrar em contato com a criança que tinha morrido dentro dele. Morrido, não, que foi assassinada pelo seu pai opressor, irmãos invejosos e público voraz e faminto.

Tranquilamente ter este tipo de sucesso, desde os 9 anos de idade, nunca aconteceu antes e nunca acontecerá novamente. O mundo atual não comporta um superstar deste porte, com esta penetração, starpower e poder. Quando o mundo vai parar novamente com a morte de um artista?

Quem sai perdendo com sua morte somos nós.

E uma das coisas mais bonitas relacionadas a sua morte é que a morte chegou e o pegou vivo, cheio de vida. Era o MJ novamente. Mostrou todo o seu poder, até para os descrentes, esgotando mais de cinquenta shows em 1 hora de venda de ingressos!! Fez uma aparição oficial onde mal conseguiu falar de tanta gente que gritava ensurdecedoramente e, segundo o próprio, criava o novo moonwalk!! Yeah! He was back! E como fã, fico feliz que isto tenha acontecido, pois esta nova geração não viu morrer um cara freak, distante e estranho que “fazia música velha” ou “clipes com efeitos toscos” (que sacrilégio!!hahaha!), mas eles viram um fenômeno de vendas atual, uma comoção mundial, partir!

E eu, novamente pergunto, quem já vestiu aquela pele pra dizer alguma coisa sobre como ele viveu? Quem é tão puro e dono da verdade pra saber se sairia melhor se estivesse no lugar dele?

Espero que este texto sirva pra lembrar que, antes de criticar, é necessário lembrar que, apesar de tudo, apesar de não parecer, tinha uma pessoa ali. Uma pessoa impossibilitada de viver, uma pessoa triste. Maravilhosa, genial, única e sofrida. Muito sofrida.

terça-feira, 3 de março de 2009

Death Note estréia hoje no canal Animax

Para os sortudos assinantes do canal Animax, hoje às 22h estréia o anime policial Death Note.

Eu sei que muita gente por aí tem preconceito com desenhos animados e quadrinhos (isso renderia um post =), pois são considerados "coisas de criança". Nada mais equivocado do que pensar dessa forma. Há várias obras que provam o contrário, desde o americano Watchmen até o japonês Death Note, que, com temáticas adultas, entretêm ao mesmo tempo que levantam discussões morais.

Em Death Note, o estudante Light Yagami encontra um carderno da morte, deixado na Terra pelo entediado shinigami Riuk (um dos personagens mais legais da série). Light, depois de comprovar a autenticidade do caderno, resolve utilizá-lo para eliminar criminosos com a intenção de criar um mundo melhor, seguindo a premissa que as pessoas, ao perceberem que uma força desconhecida mata infratores, passarão a viver mais ordeiramente. No entanto, quando bandidos começam a morrer um a um, as autoridades designam o lendário detetive L (meu personagem favorito!!) para cuidar do caso e descobrir quem é o responsável pelas mortes. Assim se inicia uma batalha entre as duas mentes mais brilhantes do mundo!

Death Note tem muitas coisas legais! Desde as regras de uso do Death Note até o embate entre L e Light, que é muito bem conduzido. Os personagens secundários também são muito bacanas, como o shinigami Riuk, um deus da morte viciado em maçãs, e o pai de Light, o incorruptível inspetor chefe Yagami. Death Note também trás consigo um dilema moral: É justo cometer atrocidades para o bem maior? Os fins justificam os meios?

Death Note foi lançado em mangá em 2003 no Japão pela dupla Tsugumi Oba e Takeshi Obata, criador e ilustrador da obra, respectivamente (responsáveis por Hikaru no Go, que também é iraaaaadooo!!). A cada edição do mangá, Death Note bate recordes por onde passa. Nos Estados Unidos, por exemplo, foram vendidos mais de 800 milhões de cópias do título e o primeiro volume ficou 89 semanas na lista dos mais vendidos, na categoria de ficção científica.

O sucesso nos mangás deu origem ao anime e adaptações para o cinema (simm, eu vii!! Tem um final diferente do mangá). No Brasil, veja só, rendeu até uma adaptação para o teatro!

O mangá, lançado em 12 volumes + 1 volume especial, pode ser encontrado nas bancas. Leiam sem preconceitos, quem se arriscar irá se surpreender!!

Episódio 1 - parte 1



Episódio 1 - parte 2



Episódio 1 - parte 3



Trailer do filme



sábado, 28 de fevereiro de 2009

Nova adaptação para o Retrato de Dorian Gray

Mais um adaptação acaba de entrar para a minha lista de "Filmes Que Preciso Ver"! O Retrato de Dorian Gray é um livro muitoooooo bommm e está no meu top 10!!!!!

A obra, escrita por Oscar Wilde no século XIX, questiona a beleza, a juventude e os valores morais. Não foi bem recebida pela crítica na época em que foi publicada, em 1891, sendo considerada "envenenadora dos costumes". Hoje, a obra se tornou um dos clássicos modernos da Literatura Ocidental.

Na história, um jovem rapaz da alta sociedade, o belíssimo Dorian Gray, torna-se modelo para uma pintura do artista Basil Hallward. Dorian, nas várias sessões em que posa para Basil, conhece o cínico aristocrata Lord Henry Wotton, grande desvirtuador de valores e amante dos ideais helênicos. Enquanto Basil permanece profundamente concentrado em concretizar a sua obra, Lord Henry seduz Dorian com suas idéias, destilando seu veneno e exercendo sua má influência sobre ele. Segundo Henry, a beleza é efêmera:

"O senhor dispõe só de alguns anos para viver deveras, perfeitamente, plenamente. Quando a mocidade passar, a sua beleza ir-se-á com ela; então o senhor descobrirá que já não o aguardam triunfos, ou que só lhe restam as vitórias medíocres que a recordação do passado tornará mais amargas que destroçadas.".

Confrontado com a beleza do seu retrato e a impossibilidade de a manter para sempre, Dorian promete a sua alma em troca da juventude eterna.

"Eu irei ficando velho, feio, horrível. Mas este retrato se conservará eternamente jovem. Nele, nunca serei mais idoso do que neste dia de junho... Se fosse o contrário ! Se eu pudesse ser sempre moço, se o quadro envelhecesse !... Por isso, por esse milagre eu daria tudo! Sim, não há no mundo o que eu não estivesse pronto a dar em troca. Daria até a alma!"

Dorian, então, passa a dedicar sua vida a perseguir o ideal de Lord Henry. De um jovem ingênuo, torna-se o mais amoral e belo dos hedonistas, conservardo seus traços perfeitos, enquanto secretamente o seu retrato registra cada marca que seus atos impingem em sua alma.

A nova adaptação contará com Colin Firth (O Diário de Bridget Jones, Mamma Mia!) como Lord Henry Wotton e Ben Barnes (Príncipe Caspian) como Dorian Gray. O produtor Barnaby Thompson declarou ao Hollywood Reporter que o objetivo é produzir uma história de horror com o estrelato como um dos temas. O filme será lançado em 2009 pela Momentum Pictures.

A presença mais conhecida de Dorian Gray nos cinemas talvez tenha sido no filme da Liga Extraordinária, adaptação para as telas da graphic novel de Alan Moore. No original, Dorian não é sequer citado. Entretanto, mesmo que Moore e muitos fãs tenham se descabelado com essa mudança, eu amei! Dorian ficou excelente na pele de Stuart Townsend. Ele consegue passar ao público o quanto era esnobe, fútil e, acima de tudo, sem escrúpulos o personagem de Oscar Wilde.

Não tão conhecida, mas marcante, foi a adaptação da obra produzida em 1945. O filme é excelente, e transcreve para as telas boa parte do livro, inclusive os primorosos diálogos entre Dorian e Lord Henry. Mesmo Dorian não sendo tão belo quanto eu o imaginava (há!) o ator que o interpreta dá um show, assim como os personagens que contracenam com ele. Atentem para o fato do filme ser todo em preto e branco, com exceção... tcham tcham ran ran... do quadro!! Sim, ele, único elemento colorido do filme! Muito bacana para um filme tão antigo!

Pesquisando na internet, descobri que a obra ganhou outras adaptações para o cinema e para a TV. Para o teatro, ele vem sendo adaptado desde 1913.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Remake de A História Sem Fim pode sair do papel

Acabei de ler esta notícia no site do omelete!!

A produtora de Leonardo DiCaprio, Appian Way, está negociando com a produtora Kennedy/Marshall Co. e a Warner Brothers a refilmagem o filme de 1984! Lembro muito pouco do filme, mas o melhor da notícia é a possibilidade do novo filme abordar temas do livro ainda não explorados nos filmes produzidos. E são muitos os detalhes que ficaram de fora!!


Aliás, a edição brasileira do romance escrito pelo alemão Michael Ende é lindaaaaaa!! E faz um paralelo com a própria história, que conta a jornada do garoto Bastian Balthazar Bux através de Fantasia, mundo presente no livro "A História Sem Fim" que ele rouba de uma pequena livraria. Assim como o livro que Bastian lê, a edição brasileira tem o medalhão mágico Aurin na capa, representado por duas serpentes, uma clara e uma escura, que mordem uma a cauda da outra formando uma figura oval. Além disso, todo o livro é impresso em verde e cobre. As ilustrações complementam a bela arte visual do livro, trazendo Fantasia para perto de nós...

Sem sombra de dúvidas, é o livro mais bonito que eu já vi! De certa maneira, lembra a forma como Harry Potter me cativou: o livro possui uma história envolvente, que prende a atenção até a última página! =)

Leitura obrigatória, para todas as idades!!

Trailer do filme de 1984




quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Elementar, meu caro Watson

Finalmente resolveram reviver o maior detetive de todos os tempos!! Sou extremamente suspeita para fazer qualquer comentário acerca da obra de sir Arthur Conan Doyle, mas que posso fazer? É genial a maneira com que o Holmes utiliza seu raciocínio lógico e dedutivo para resolver casos, deixando-nos, a mim e ao Watson, boquiabertos com a forma com que os mistérios são solucionados!

Creio ter lido todos os contos *_* e é ótimo ver que as atenções voltaram a ele!! Claro que Hercule Poirot também é um detetive formidável, e adoraria que fizessem filmes sobre o detetive criado pela Ágatha Christie, mas convenhamos... Poirot tem que comer muito Danoninho pra chegar perto do raciocínio dedutivo de Holmes ... Que consegue resolver a maioria dos seus casos sem sair de seu apartamento na 221B Baker Street.

E a volta triunfal começará pelo cinema! O filme que está a caminho será dirigido por Guy Ritchie (Snatch), e contará com nomes como Jude Law (Watson), Rachel McAdams (Irene Adler), Kelly Reilly (Mary) e Mark Strong (Blackwood, o vilão), além, é claro, de Robert Downey Jr. (Sherlock Holmes). A estréia é prometida para o segundo semestre de 2009 e será baseado na inédita HQ de Lionel Wigram intitulada Sherlock Holmes. A visão de Wigram enfoca mais na ação, inclusive com elementos presentes nos primeiros textos de Arthur Conan Doyle com o personagem, como sua habilidade no boxe e na esgrima.

Ele também voltará aos quadrinhos! A editora Dynamite Entertainment anunciou na New York Comic-Con uma nova HQ de Sherlock Holmes. O casal Leah Moore (filha do Alan Moore) e John Reppion serão os roteiristas, com arte de Aaron Campbell.

Sherlock Holmes é um investigador fictício que apareceu pela primeira vez no romance Um Estudo em Vermelho, criado pelo médico e escritor britânico Sir Arthur Conan Doyle. Viveu em Londres, num apartamento na 221B Baker Street, entre os anos 1881 e 1903, durante o último período da época Vitoriana, onde passou muitos anos na companhia do seu amigo e colega, Dr. Watson, ficando famoso por utilizar, na resolução dos seus mistérios, o método científico e a lógica dedutiva.

Sherlock Holmes costuma ser uma pessoa arrogante e demonstra, ao longo das suas histórias, uma capacidade de dedução e um senso de observação impressionantes, ajudados por uma cultura geral extensa e variada (ele é capaz de identificar a marca de um tabaco somente pelo seu cheiro e pela cor de suas cinzas). Por outro lado, sabia nada ou pouco sobre literatura, filosofia e política da sua época, ignorando conhecimentos que não lhe eram úteis para a resolução dos casos. Químico e físico, adora fumar cachimbo e usa freqüentemente a cocaína para estimular as suas faculdades intelectuais (a cocaína só se tornará uma substância proibida em 1930), além de tocar esporadicamente violino. Quando envolvido com algum problema, pode passar noites sem dormir ou comer. Mestre na arte do disfarce, maneja com habilidade a espada e daria, segundo Watson, um bom pugilista.

Só espero que o filme não seja uma bomba...

Y - The Last Man

Como seria se existisse apenas um único homem no meio de uma sociedade de mulheres? Eu sei, parece uma fantasia adolescente nerd... mas é exatamente essa a premissa da cultuada HQ Y - The Last Man, escrita por Brian K. Vaughan e publicada pela editora Vertigo em 60 edições.

Na história, Yorick Brown, um jovem ilusionista, descobre que se tornou o único homem do planeta após uma catástrofe não explicada matar instantaneamente todos os mamíferos que possuem um Cromossomo Y. O único sobrevivente, além dele, é seu macaco Ampersand.

Com essa premissa a história poderia muito bem descambar para o mau gosto, mas o autor fez um trabalho formidável, pesquisando a fundo sobre os efeitos que uma catástrofe como essa poderia ter. As conseqüências imediatas são claras: praticamente todos os aviões que estavam em vôo caem, as geradoras de energia deixam de funcionar e as telecomunicações entram em pane.

A sociedade é jogada no caos quando as suas infraestruturas colapsam e as mulheres sobreviventes tentam lidar com a perda dos homens, sua culpa de sobreviventes e o conhecimento de que a humanidade está fadada à extinção... E Vaughan descreve meticulosamente a sociedade que emerge desse caos e o impacto surtido na ordem mundial, já que 85% dos representantes governamentais morreram, assim como todos os sacerdotes católicos, imãs muçulmanos e rabinos judeus ortodoxos. E se antes do cataclisma a potência militar era os EUA, no mundo pós-homens é Israel - um dos poucos países que efetivamente tinha mulheres servindo no exército.

Sabendo que apenas um homem sobreviveu, o governo norte-americano coloca o protagonista sob vigilância constante da agente 355 e os envia atrás da Dra. Allison Mann, que se sente culpada pela possibilidade de ter iniciado a praga devido a suas pesquisas com clonagem humana. A partir daí, o grupo parte em uma jornada através do mundo, percorrendo o que restou da civilização e vendo as conseqüências da tragédia.

Não apenas a narrativa é muito bem amarrada como também os personagens foram muito bem construídos. O protagonista é um sujeito romântico e apaixonado pela sua noiva, que estava na Austrália no momento da praga. Já a agente 355, que serve como guarda-costas de Yorick, é séria, forte, obssessiva e porque não dizer "masculinizada", fazendo um contraponto na medida certa com a personalidade mais jovial e despreocupada de Yorick, cuja única profissão que dominava era a de mágico de salão. Aliás, as referências à cultura pop feita por Yorick são um show a parte. =)

Aclamado pelo público e crítica, Y - The Last Man deve virar filme em breve. A adaptação já tem roteirista e diretor contratados, respectivamente Carl Ellsworth e D.J. Caruso (Roubando Vidas, Paranóia) . O ator Shia LaBeouf deverá interpretar o protagonista Yorick Brown.

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Watchmen

Como seria uma história de super-heróis no mundo real? Um mundo em que policiais fazem manifestações públicas contra a atividade dos vigilantes, forçando-os a abandonar a atividade. Um mundo que dorme sob o medo de uma iminente guerra nuclear.

Nesse contexto se desenvolve aquela que, aparentemente, seria a história principal. O misterioso assassinato de um agente do governo. Afinal, quem matou o ex-vigilante conhecido como Comediante? Quem poderia liquidar um super herói? Quais as razões do crime?

Quando eu soube que estavam fazendo um novo filme de super heróis, nunca tinha ouvido falar de Watchmen, mas cada comentário nos sites de notícias aumentavam a minha curiosidade sobre todo aquele universo, até que, vencida pela estonteante arte visual do filme, me rendi e finalmente li a graphic novel que deu origem a tudo isso. Watchmen é uma verdadeira lição de como se fazer quadrinhos! De como construir uma história, amarrar quadros, personagens e personalidades para formar um mundo que poderia ser o meu mundo! Essa é a grande verdade das histórias bem contadas. Você sente a verossimilhança de tudo o que está lendo. Watchmen não só tem personalidades bem elaboradas como também detalha todo um complexo universo sem se esquecer das questões culturais, econômicas e políticas. Perfeito!!

Você também não sabe do que eu estou falando??? Seus problemas acabaram!! =)

Watchmen é uma graphic novel escrita por Alan Moore e ilustrada por Dave Gibbons, publicada originalmente em doze edições mensais pela DC Comics entre 1986 e 1987. Quando Watchmen foi lançado em 1988 provocou um rebuliço nas histórias em quadrinhos por introduzir abordagens e linguagens antes ligadas apenas aos quadrinhos ditos alternativos, criando personagens que tinham questionamentos morais, rompendo com o modelo de heróis que seguiam uma moralidade simplista e maniqueísta vigente até então, além de lidar com temática de orientação mais madura e menos superficial quando comparada às histórias em quadrinhos comerciais publicadas nos EUA.

A trama de Watchmen é situada nos EUA de 1985, em mundo assombrado pela possibilidade de um holocausto nuclear em plena Guerra Fria, no qual aventureiros fantasiados seriam realidade. A mesma trama envolve os episódios vividos por um grupo de super-heróis do passado e do presente e os desdobramentos de uma conspiração revelada após a investigação do misterioso assassinato de um deles, o herói aposentado Comediante, que atuara nos últimos anos como agente do governo.

A história trata de modo sério e crítico alguns problemas político-sociais e assuntos ainda hoje obscuros para grande parte da população mundial (relatividade, sistemas caóticos, teoria de fractais, metafísica, componentes subatômicos etc.). Tudo foi harmonicamente colocado como parte da história, tanto no roteiro, quanto nos desenhos, em que Moore e Gibbons levaram o plano a complexidades nunca antes vistas, pois ainda hoje trata de temas atuais com uma dose de crítica social, encoberta por simbolismos.

Sobre os personagens, apesar de ser uma história sobre aventureiros mascarados, nenhum deles têm super poderes. Apenas um, o Dr. Manhattan (Jonathan Osterman): o homem-deus, que vê a vida como apenas mais um fenômeno do cosmo. E devo dizer que ele é um dos personagens mais interessantes da série. Até as consequências da existência de uma criatura tão poderosa foi pensada, e seus desdobramentos afetam a geopolítica mundial, economia e comportamento da sociedade.

Mesmo para quem não se interessa por quadrinhos e pretende ter contato com a história apenas através do filme (que promete desagradar muita gente não preparada para um filme de super-heróis com ações pontuais e trama mais intricada), vale a pena conferir a HQ. Recomendação máxima! Watchmen é uma das maiores HQs de todos os tempos e sua complexidade é tamanha que precisa ser lida várias vezes para se perceber a imensa variedade de referências visuais e conceituais apresentadas na obra.